Café e cafeína
Devido ao seu aroma e sabor intenso, o café é uma das bebidas mais consumidas em todo o mundo. O cafeeiro, planta que origina os grãos de café presentes nesta bebida, pertence à família das Rubiáceas e pode atingir até 10 metros de altura, possuindo um maior desenvolvimento em climas frios, húmidos e em elevadas altitudes. Habitualmente, este começa por dar frutos 3 a 4 anos após o seu cultivo, contudo, é bastante mais rentável entre o seu quinto e décimo ano de existência.
Sabia que o café possui duas principais variedades?
Café arábica: Originário da espécie arabica apresenta um sabor suave, aromático e representa cerca de 70% do mercado mundial.
Café robusta: A espécie canephora produz um café de sabor amargo, que representa apenas 30% da produção mundial. Esta variedade possui mais 50% de cafeína do que o café arábica.
A cafeína é um composto químico presente em produtos alimentares como por exemplo o chá, café, grãos de cacau, refrigerantes ou bebidas energéticas. Quando consumida em quantidades moderadas, estimula o desempenho do sistema nervoso central (SNC), possibilitando a diminuição da sensação de fadiga/sonolência e o aumento da capacidade de alerta, contribuindo para um maior rendimento físico e intelectual.
O teor de cafeína presente num café depende da variabilidade da planta, do método de preparação e do grau de torra e moagem. Segundo o relatório técnico da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, o teor médio de cafeína do café expresso em Portugal é igual a 74,5 mg de cafeína por chávena.
Qual a dose de cafeína recomendada?
A European Food Safety Authority (EFSA) afirma que é seguro um consumo diário até 400 mg de cafeína em adultos saudáveis, com exceção das mulheres grávidas. Doses de cafeína acima destes valores poderão causar sintomas como ansiedade, insónias, náuseas, nervosismo e taquicardia.
Consequentemente, o consumo regular de doses elevadas poderá dar origem ao cafeinismo, isto é, a uma intoxicação devido ao uso excessivo e prolongado de café ou outras substâncias ricas em cafeína.
Mitos e Verdades:
Beber café aumenta o risco de doença cardiovascular – Mito
Não existe evidência científica que demonstre que a ingestão moderada de café está relacionada com um maior risco de problemas cardiovasculares. Poderá verificar-se apenas um ligeiro aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial em pessoas com sensibilidade à cafeína.
A cafeína está associada a um maior desempenho na performance desportiva – Verdade
O consumo desta substância melhora a capacidade de atenção e vigilância, assim como reduz a sensação de cansaço e dor muscular. Desta forma, está comprovado o aumento do desempenho físico a partir de 3 mg/kg de peso corporal, contudo, doses superiores a 9 mg/kg de peso corporal aumentam os efeitos adversos.
Grávidas não devem beber café – Mito
As mulheres grávidas devem evitar a ingestão de cafeína acima de 200 mg/dia. Assim, não é necessário eliminar por completo o seu consumo durante este período de vida, no entanto, é essencial consultar um médico ou nutricionista.
Referências Bibliográficas:
O café - origem. Associação Industrial e Comercial do Café. Disponível em: http://aicc.pt/origem/
European Food Safety Authority. Caffeine - EFSA explains risk assessment. Disponível em: http://aicc.pt/wp-content/uploads/2015/12/caffeine_EFSA.pdf
Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA). Tabela da Composição de Alimentos – Café Infusão.
Mahan LK, Escott-Stump S. Krause’s Food and Nutrition Therapy. Canada: 13th edition Elsevier (2013)