Mitos alimentares

Mitos alimentares

Selecionámos uma série de mitos alimentares relacionados com a perda de peso de forma a esclarecermos da melhor forma este tema. Não se deixe levar por estes mitos e emagreça com saúde!

Então… o que nos faz emagrecer?

A perda de peso consegue-se com um balanço energético negativo, ou seja, reduzindo a energia consumida, sendo que esta redução pode ser conseguida através do aumento do consumo de alimentos com menor densidade energética (mais legumes, leguminosas e grande parte das frutas), ou aumentando o gasto de energia, através de um estilo de vida mais ativo.

 

A dieta para emagrecer tem sempre poucos alimentos e obriga a comer pouco!

MITO!

Acreditar que é necessário comer pouco para emagrecer leva frequentemente as pessoas a viverem em constante sensação de fome e privação. É, por isso, comum que a maioria das pessoas acabe por desistir rapidamente das dietas para emagrecer demasiado restritivas e vá à procura de consolo em alimentos altamente calóricos e com menor valor nutricional.

Adicione mais legumes e hortícolas às suas receitas pois isso permitirá que a cada garfada consuma menos calorias e mais nutrientes. Poderá recorrer também às leguminosas, um grupo de alimentos fantástico, ricos em fibra, proteínas e hidratos de carbono complexos, que ajudam a saciar por mais tempo, sem ingerir demasiadas calorias.

 

Água com limão em jejum emagrece!

MITO!

Beber água com limão, independentemente de ser em jejum ou não, pode ser uma ótima estratégia para aumentar a ingestão de água e esta sim é essencial para a hidratação e o correto funcionamento do organismo. Contudo, em nada se relaciona com a perda de peso! O limão acrescenta sabor e até algumas vitaminas à bebida, no entanto, não tem qualquer ação no emagrecimento. Relembramos que o que nos faz emagrecer é gastar mais energia do que a que consumimos (o chamado balanço energético negativo).

 

Os produtos light são baixos em calorias!

MITO!

O termo light está legislado e aplica-se a produtos que apresentem uma redução de, pelo menos, 30% num nutriente (pode ser gordura, açúcar, sal, ...) face a um produto semelhante (no caso do sal basta uma redução de no mínimo de 25%). Esta redução não significa que o produto fique equilibrado, saudável, nem que passe a ser baixo em calorias.

Por exemplo, uma manteiga light, com redução do teor de gordura, vai continuar a ter muita gordura e, portanto, continuará a ter um valor calórico elevado. Se comparada com a manteiga “original”, claro que poderá ser uma melhor alternativa, mas não se pode generalizar.

Não faça as suas escolhas apenas com base nas alegações que encontra no rótulo! Consulte o nosso artigo sobre rotulagem alimentar: https://www.nutrialma.pt/index.php/blog/como-ler-um-rotulo-alimentar

 

O óleo de coco é mais saudável e ajuda a emagrecer quando comparado com o azeite.

MITO!

O óleo de coco é uma gordura constituída maioritariamente por ácidos gordos saturados (considerados “maus” para a saúde quando consumidos em excesso), estando estes associados ao aumento de colesterol LDL (o mau colesterol) e às doenças cardiovasculares.

O azeite, ao contrário do óleo de coco, é constituída fundamentalmente por ácidos gordos monoinsaturados (considerados “bons” para o organismo, já que têm a capacidade de ajudar a diminuir o colesterol LDL e aumentar o HDL (o bom colesterol). O azeite é a única gordura recomendada pelas diferentes entidades de saúde como promotora da boa saúde cardiovascular.

Além disso, o azeite tem um “ponto de fumo” superior ao do óleo de coco, o que significa que a formação de compostos tóxicos e cancerígenos começa a formar-se a temperaturas mais baixas no óleo de coco.

Acresce que não existe qualquer relação comprovada do óleo de coco com o emagrecimento, já que se trata de uma gordura e, tal como o azeite, devem ser utilizados com moderação.

 

O pão engorda.

MITO!

O que nos faz engordar é comer mais do que o que gastamos, independentemente do alimento que se consuma. Como qualquer alimento, o pão só irá engordar se houver um consumo excessivo e se não se “gastar” a seguir, portanto, depende da quantidade consumida. Consumido com moderação e como parte de uma dieta variada e equilibrada, o pão não engorda. Também se deve dar especial atenção ao que se coloca no pão, muitas vezes a “culpa” está no que acompanha o pão…

 

O glúten engorda.

MITO!

Tal como o pão, não é o glúten que nos engorda. Além disso, nem o pão sem glúten, nem outros alimentos sem glúten, são necessariamente mais saudáveis. Muitas alternativas disponíveis no mercado dos produtos “sem glúten” contêm teores mais elevados de gordura, sal e/ou açúcar. É necessário ler os rótulos com atenção. Leia este nosso artigo sobre como interpretar os rótulos alimentares: https://www.nutrialma.pt/index.php/blog/como-ler-um-rotulo-alimentar

Importa ainda alertar que o glúten não é maléfico para as pessoas que não apresentam intolerância ou alergia ao mesmo. Só deverá ser retirado da alimentação se houver uma razão clínica para o fazer, nomeadamente em caso de doença celíaca.

 

O açúcar de coco é mais saudável e menos calórico que o açúcar de cana (açúcar de mesa).

MITO!

Açúcar é açúcar, ou seja, estamos sempre a falar do mesmo teor calórico: para 1 g são sempre 4kcal, independentemente do açúcar escolhido.

O açúcar de coco é produzido a partir da seiva do coqueiro e não do seu fruto. Em relação ao açúcar de mesa, apesar de encontrarmos açúcares com diferentes denominações, cores e até sabores, os mesmos diferem pelo seu grau de refinação. Quanto mais refinado (o açúcar branco), mais clara será a sua cor e menor será o teor em vitaminas e minerais. Isto poderia levar-nos a pensar que o ideal seria optar pelos menos refinados, ou pelo açúcar de coco, contudo, as quantidades destes micronutrientes são tão baixas e insignificativas, que devem ser obtidos através de outros alimentos, como os hortofrutícolas.

Lembre-se da recomendação da Organização Mundial de Saúde sobre a ingestão diária de açúcares simples! A mesma deve ser inferior a 50 g para adultos e 25g para crianças, por isso o que importa é controlar a quantidade de açúcar da sua dieta.